domingo, maio 05, 2024

Exposição “Espelhos da vida” celebra a força da presença feminina na literatura maranhense

Maria Firmina dos Reis, Dagmar Desterro, Mundicarmo Ferreti e Zelinda Lima são algumas das escritoras homenageadas na exposição literária “Espelhos da Vida – mulheres na literatura maranhense”, aberta ao público na Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), em São Luís. A ação é parte das comemorações pelo Dia Internacional das Mulheres, celebrado na quarta-feira, dia 8 de março. 

A exposição resgata o trabalho literário de várias maranhenses, entre escritoras do passado e autoras que ainda estão em atividade – ao todo 54 títulos compõem a mostra. De acordo com o presidente da FMRB, Kécio Rabelo, a exposição pretende valorizar a rica diversidade de escritoras, que muitos maranhenses precisam conhecer melhor. 

“A exposição Espelhos da Vida é uma homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, mas, também, tem a finalidade de resgatar a história da presença feminina na literatura maranhense. O objetivo da exposição é tornar cada vez conhecidos os nomes dessas autoras e que a população tenha acesso a essas obras. Nós escolhemos 54 obras que são representativas”, explica o presidente da FMRB. 

Representando o governador Carlos Brandão, a secretária-chefe do Gabinete do Governador, Luzia Waquim, destacou a importância das escritoras maranhenses para a formação da memória local. “Vários órgãos precisam ter essa iniciativa. Eu parabenizo a todas as mulheres, em especial as escritoras por tão belo trabalho”, afirmou Luzia Waquim. 

Somos Todas Marianas

A abertura do evento contou com a palestra “Linhas de Superação”, proferida pela vice-presidente do movimento “Somos Todas Marianas”, Carol Costa. Com seis anos de atividade, a “Somos Todas Marianas” é uma associação sem fins lucrativos, voltada ao combate à violência contra as mulheres. O movimento surgiu após o feminicídio da irmã de Carol Costa, publicitária Mariana Costa, brutalmente assassinada pelo então marido de Carol, o empresário Lucas Porto. 

“Surgiu no coração da minha mãe o desejo de ajudar outras mulheres que passaram por essa mesma situação de violência. Prestamos assistência jurídica gratuita para as mulheres vítimas de violência, e, também de forma voluntária, nós temos a primeira turma para capacitar mulheres vítimas de violência”, detalha Carol Costa. 

Homenageadas

A escritora maranhense de livros infanto-juvenis, Joana Bittencourt, é uma das homenageadas na exposição. A escritora ironiza ao dizer que “poetas não têm sexo”, ressaltando que o ofício literário pode ser exercido, sem distinções, independentemente de gênero. Mas a autora frisa a importância de exposições voltadas exclusivamente para as escritoras.   

“Existem muitas escritoras no Maranhão, mas poucas vezes a gente vê uma coisa dedicada exclusivamente a elas. Iniciativa importante para abrir para a sociedade maranhense, a existência dessa gama de literatas”, pontua Joana Bittencourt. 

Também estão entre as homenageadas as escritoras Arlete Nogueira da Cruz, Laura Amélia Damous, Ceres Costa Fernandes, Sonia Almeida, Jucey Santana, Dilercy Adler, Benedita Silva Azevedo, Wanda Cunha, Lindevania Martins, Cristiane Gomes Coelho Maia Lago, Mundinha Araújo, Iêda Maria Castro, Dinacy Corrêa, Sônia Amaral, Fátima Travassos, Jorgeana Braga, Ana Luisa Almeida Ferro, Maria De Lourdes Launde Lacroix e Silvana Lourença de Meneses.

Já entre as autoras de literatura infanto-juvenil, também foram homenageadas as escritoras Virgínia Ferreira, Andrea Oliveira, Aurora da Graça Almeida, Lenita Estrela De Sá, Miriam Angelim, Lourença Araújo, Lussandra Barbosa de Carvalho, Pollyana Gouveia Mendonça Muniz, Milena Carvalho, Márcia Montenegro, Francinete Braga Santos, Suely Moura de Oliveira, Anízia Maria Costa Nascimento, Sharlene Serra, Susana Pinheiro, Érica Natacha, Camila Reis Brito, Jaqueline Morais, Josiane Coelho da Costa, Virgínia Maura Ferreira, Assenção Pessoa e Martha Reis.

Mulher maranhense na literatura e na história

As homenagens póstumas foram dedicadas às escritoras Dagmar Desterro, Virgínia Rayol Braga, Lucy Teixeira, Conceição Neves Aboud e a Maria Firmina dos Reis, escritora negra maranhense, considerada a primeira romancista do Brasil, cuja obra máxima, “Úrsula”, é considerado o primeiro romance a abordar a temática abolicionista na literatura brasileira. 

Para a poeta Laura Amélia Damous, vice-presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), a exposição é uma iniciativa relevante para dar maior visibilidade ao trabalho literário feminino no Maranhão. “Marca as comemorações pelo Dia da Mulher e a representatividade da mulher maranhense na literatura, que é muito forte e muito importante”, explicou.  

A Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMFB) é uma instituição pública, vinculada ao Governo do Maranhão, voltada para o para incentivo à cultura e à educação. A sede da FMRB fica localizada no Convento das Mercês, bairro Desterro, no Centro Histórico de São Luís.

Fonte: Agência de Notícias

×